Mais de 12 milhões de sacos plásticos circulam todos os dias nos supermercados angolanos
Um
total de 12,4 milhões de sacos plásticos são distribuídos diariamente
em Angola, segundo o levantamento feito pelas autoridades em 210
estabelecimentos comerciais do país, com as autoridades a alertarem para
as consequências ambientais.
Segundo
o presidente do conselho de administração da Agência Nacional de
Resíduos Sólidos (ANRS), Monteiro Lumbo, esta quantidade de sacos
distribuídos gratuitamente têm consequências na saúde pública e do
ambiente.
Monteiro Lumbo, que falava à
rádio pública angolana a propósito do Dia Internacional Sem Sacos
Plásticos, referiu que a retenção de lixo em valas de escoamento de
águas, que são a causa de inúmeras inundações em tempos de chuvas no
país, são provocadas pela elevada quantidade de sacos plásticos expostos
ao ambiente.
O responsável avançou que o
Ministério do Ambiente angolano, através da ANRS, produziu, para
submeter a consideração superior, uma proposta de diploma que estabelece
o regime jurídico do fornecimento de sacos de plástico por agentes
económicos aos consumidores finais.
Esta
proposta de lei, informou Monteiro Lumbo, "emerge da necessidade de se
desestimular a utilização de sacos plásticos convencionais" por outros
ecologicamente corretos, nomeadamente papel, tecido e material
reciclável ou biodegradável.
Em 2018, o
secretário de Estado do Ambiente angolano, Joaquim Manuel, lembrou que a
utilização de sacos plásticos já é proibida em alguns países da região
austral, caminho que Angola pretende também seguir.
Joaquim
Manuel, que falava num encontro de recolha de contribuições para uma
proposta legislativa de cobrança de ecotaxas aos produtores e
importadores de matérias não degradáveis, disse que, em Luanda, capital
do país, os plásticos "vão todos para o aterro sanitário".
"Nas
outras províncias que não têm aterros sanitários vão diretamente para
as lixeiras, que é um dos maiores problemas que temos a nível da saúde
pública, a gestão dos sacos plásticos, porque são não degradáveis e
demoram quase 500 anos a fazer essa decomposição", disse na altura o
governante angolano.
Joaquim Manuel frisou
ainda que a proliferação de sacos plásticos concorre para o problema do
saneamento básico que Angola enfrenta ainda hoje.
"Acumulam
água, acumulam bactérias, aumentam a temperatura e podem trazer
problemas de saúde pública. Hoje vemos em valas de drenagem e em becos
na área da periferia vários sacos e, quando chove, acumulam água que
pode trazer depois a criação de vetores ligados à malária e outras
doenças que no nosso país são um grande problema", acrescentou.
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